Em 1839, na família de Francisco José e Leopoldina Machado de Assis, filhos de escravos alforriados, nasce o pequeno Joaquim Maria Machado de Assis. Apesar de ser de família pobre e de não ter frequentado a escola com regularidade, o garoto tornou-se mais tarde um dos escritores mais importantes da literatura brasileira.
Machado de Assis era autodidata e aprendeu a maior parte do que sabia graças a seu grande interesse em literatura. Aos 14 anos, Machado perdeu seus pais e sua irmã. Dois anos mais tarde, virou aprendiz numa tipografia do Rio de Janeiro e começou sua carreira literária. Seus primeiros trabalhos eram poemas publicados no jornal "A Marmota". O talento do jovem Machado não passou despercebido. Em 1860, o autor recebeu convite para contribuir no jornal Diário do Rio de Janeiro. Enquanto contribuía para o Diário, Machado publicou quase todas suas comédias. Também data da época o livro "Crisálidas". Uma figura influente na obra do autor foi sua esposa Carolina Augusta Xavier de Novais, com quem Machado se casou em 1869. Os dois foram casados por 35 anos, período em que Carolina abriu os horizontes do autor ao apresentar-lhe a autores portugueses e de língua inglesa.
Mesmo com seus trabalhos publicados, Machado de Assis não fez a vida como escritor. Sua renda vinha do trabalho como servidor público, que iniciou em 1873 quando recebeu uma nomeação. Nova anos depois, Machado já tinha passado de oficial para diretor geral do Ministério da Viação. A obra de Machado de Assis é extremamente importante para a literatura brasileira, não só pela qualidade e inovação, mas também pelas temáticas. Durante parte de sua carreira o autor foi um dos que inaugurou o movimento realista no Brasil. Essa fração de sua obra é recheada de críticas sociais marcadas pela ironia, pela sátira e pelo pessimismo. Brás Cubas, um de seus personagens mais famosos, é um claro exemplo disso, sendo o protagonista do livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas".
Outra contribuição de Machado para a sociedade foi a Academia Brasileira de Letras. A Academia foi fundada em 1897 e o autor foi seu primeiro presidente. Carolina, esposa de Machado, faleceu em 1904 e deixou um vazio na vida do autor. Após a morte da esposa, o escritor tornou-se cada vez mais isolado, recusando-se a sair de casa e com problemas nervosos e de saúde. Mas sua produção literária continuou, ele publicou "Esaú e Jacó" no mesmo ano da morte de Carolina e "Memorial de Aires" em 1908. Nesse mesmo ano, Machado morreu de câncer, na época ele já era considerado um grande escritor e seu enterro contou com uma multidão de fãs e admiradores. Até hoje Machado de Assis é admirado e estudado por todo o país. Sua obra é traduzida desde o fim do século XX, fazendo com que se tornasse conhecido tanto dentro do Brasil quanto no exterior.