Na hora de colocar as ideias no papel, a criança abre e fecha o caderno; deixa as respostas de exercícios e provas em branco; troca letras com grande frequência; diz que odeia fazer redação e interpretação de textos. Estas situações podem ser indicativas de que os estudantes apresentam dificuldades na escrita. Para resolver o problema, não basta apenas identificar estas posturas. É necessário realizar um trabalho de base fundamentado por uma parceria entre família e escola.
Em primeiro lugar, é necessário destacar a hipótese de que a criança tenha algum tipo de problema de aprendizagem, como a dislexia. Neste tipo de transtorno, o que pode parecer um erro repetitivo por falta de atenção, caracterizado pela troca de letras, na verdade é algo a ser diagnosticado por um fonoaudiólogo. Há tratamento e o pequeno pode ter uma vida escolar absolutamente satisfatória. Mas, não tente diagnosticar seu filho ou aluno. Em caso de suspeita, procure um especialista. Se a dificuldade em redigir frases e textos é de outra natureza, observe o método pedagógico que está sendo utilizado no ambiente escolar. Nem todas as crianças concretizam seu processo de aprendizagem através de uma mesma metodologia. A facilidade ou não com a técnica utilizada pode ser observada desde a alfabetização. Muitas vezes, a troca da maneira como as palavras são apresentadas pode fazer toda a diferença no desempenho do aluno.
Vale lembrar que de acordo com as teorias mais contemporâneas na área da psicologia, a concepção da existência de vários tipos de inteligências ampliou o conceito de aprendizagem. Há os que absorvam melhor o conhecimento por meios visuais, outros que são muito mais sinestésicos e assim por diante. É a chamada teoria das inteligências múltiplas. Procure se informar sobre ela e utilizá-la como aliada nas práticas de estimulação da escrita. No dia a dia, explorar as possibilidades lúdicas pode ajudar muito a potencializar a habilidade de redigir. Colocar em prática o lema “aprender brincando” é um excelente recurso. Utilize jogos de memória que associem imagens às palavras, cruzadinhas, a tradicional brincadeira da forca, caça-palavras e leituras dramatizadas podem ajudar a criança a ampliar o vocabulário e desenvolver a ortografia.
Aproveite também os recursos da informática e da internet para incentivar à escrita. Convide o pequeno para redigir conjuntamente com você uma mensagem nas redes sociais, um e-mail ou converse com ele via whatsapp. Outra boa oportunidade para estimular o interesse pelas palavras é pedir que a criança ajude a montar uma lista de compras, presentes, convidados para festinha de aniversário ou qualquer outra situação cotidiana em que possa aproveitar para colocá-la como colaboradora pela via escrita. Tenha paciência, pois as primeiras mudanças precisarão ocorrer nas novas relações mediadoras que pais e educadores passarão a estabelecer entre a criança e a escrita. O restante é dar tempo ao tempo para que o aluno possa escrever sua história de forma diferente.
