Histórias em quadrinhos na educação

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A leitura é um processo que une decodificação e construção de significado, que é o que resumimos com o termo "interpretação". Trabalhar os gêneros textuais na escola, durante toda a vida escolar da criança e do jovem, dará a esses alunos, com absoluta certeza, um traquejo maior em comunicação. Tratando exclusivamente das histórias em quadrinhos, temos uma série de informações que exigem do leitor um comprometimento maior, estimulando mais áreas cognitivas do que a leitura textual padrão. Não que esta deva ser descartada, mas os gêneros textuais devem se completar, buscando o máximo estímulo do aluno-leitor.

Quando falamos em quadrinhos, estamos levando em conta recursos comunicativos explícitos, outros óbvios, outros sutis, recursos de humor, ironia, drama, valores morais. Estamos também trazendo a interpretação de figuras e sequências, por vezes sem texto, que estimula o raciocício lógico, bem como sinais gráficos de movimento, pensamento, exclamação, susto, recursos de expressão dos personagens em si. A riqueza do texto é incontável, como um conjunto gráfico.

Há ainda as questões morais abordadas por vários autores de quadrinhos, como Ziraldo, Maurício de Sousa, Walt Disney, Smilinguido e Nosso Amiguinho, por exemplo, entre outras que servem esse setor de humanização e educação cidadã. Na maioria desses gibis é possível encontrar a contextualização de questões sociais importantes para a formação do indivíduo, como acessibilidade, inclusão social, responsabildiade familiar, amizade, respeito, justiça e honestidade, entre tantos outros temas transversais que poderiam ser trazidos à tona através dos quadrinhos. Além disso, alguns deles possuem núcleos com características distintas, como por exemplo: Horácio é um pensador e reflete sobre o comportamento alheio e o próprio, interpelando-se sobre os porquês de algumas coisas. Piteco caça dinossauros para comer, mas por vezes se sente culpado e com dó do animal e acaba por consumir vegetais. O Astronauta está sempre destacando a importância de se respeitar culturas diferentes, mesmo que não se adapte a elas, e traz também o componente nacionalista, quando lembra da Terra com suas vantagens e belezas. A turma da Mônica traz à tona muitos preceitos éticos sobre as diferenças entre as crianças, e há uma variedade delas descritas nas histórias, deficiências físicas, visuais e de fala, medos, anseios, necessidades infantis, respeito ao meio-ambiente. A turma do Penadinho ensina questões sobre a morte com absoluta leveza, dando um tom até terapêutico ao tema. Resumindo: é um material completo, que traz em si grandes planos de aula, quando bem explorado.

Para os alunos maiores, que talvez encontrem maior resistência aos gibis tradicionais, temos os quadrinhos de cunho político (não-partidário), social, cultural, cidadão e até filosófico, que se apresentam mais breves, em tirinhas, mas há coletâneas em formato de gibi, como Mafalda, Hagar, Calvin, que estimulam o pensamento crítico de maneira brilhante, se bem orientados por um professor que utilize a ferramenta com perspicácia. Essas tirinhas são famosas pela mensagem implícita, não dita, pelo viés irônico e astuto, mas não a ironia irritante e pérfida, mas a ironia inteligente que estimula o pensar. O humor sutil, que exige do aluno um conhecimento do contexto, obrigando-o a ir além do óbvio.

Por estes e outros tantos motivos que poderiam ser elencados aqui, é que podemos afirmar que as histórias em quadrinhos tem utilidade pedagógica sim, valendo-se da ludicidade e dos valores morais! E essa função não se restringe à sala de aula ou a crianças, pois a família, os pais, os professores, todos podem ter contato com esse gênero textual na certeza de que podemos aprender sempre, mesmo da forma mais divertida!

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