Assistimos nas últimas décadas o avanço progressivo das mulheres no mercado de trabalho, em razão das conquistas produzidas através da luta pela igualdade de gênero. Atualmente, as mulheres competem de igual para igual com os homens e cada vez mais elas têm ocupado cargos de destaque e prestígio social nas grandes empresas e nas esferas dos poderes legislativo, executivo e judiciário.
Com a independência feminina, houve mudanças de repercussão social, em especial no núcleo familiar. Se outrora as mulheres eram criadas e instruídas para serem mães e donas de casa, hoje elas são educadas para competir, serem profissionais e batalharem por uma boa posição no mercado de trabalho. Mas, ao se tornarem adultas, essas mulheres também sonham em ser mães, mas não donas de casa. Com isso, as crianças são geradas em um núcleo familiar onde o pai e a mãe trabalham fora, ficando as crianças aos cuidados de babás, creches ou escolas. Desta forma, aquela “educação de berço” acaba sendo partilhada entre pais, babás e professores.
Como podemos observar, as mudanças que a sociedade sofreu nas últimas décadas refletem-se nas relações familiares. Mas o maior problema não está em os pais trabalharem fora. A questão é que como ambos ficam grande parte do dia longe dos filhos, acabam se enchendo de culpa por sua ausência e para suavizar esse sentimento, tornam-se muito permissivos, abstendo-se de dizer não e ensinar o que é certo ou errado. Desta forma, a falta de limites acaba acompanhando a formação dessas crianças, que muitas vezes se tornam adolescentes rebeldes. Diante dessa situação, os pais devem se conscientizar e tomar as rédeas na educação de seus filhos. Mesmo que o tempo seja reduzido, ele é suficiente para passar valores de moral e de boa conduta. Os pais devem observar mais seus filhos e caso encontrem, por exemplo, uma borracha ou qualquer material de outro coleguinha no meio dos materiais de seu filho, deve ser questionado o porquê de aquele material estar ali e solicitar que ele seja devolvido o mais rápido possível, mesmo que o material tenha sido emprestado. Questões pequenas como estas reforçam um espírito de compromisso e honestidade.
E nas escolas, como lidar com situações de indisciplina e rebeldia? Muitos professores adotam a conduta de colocar o aluno para fora da sala. Contudo, essa é uma forma de exclusão social que não tem nenhum caráter disciplinar. Existem outros mecanismos que podem funcionar melhor, entre eles o diálogo, a conscientização de uma conduta que não constrói, dar ao aluno a possibilidade de reparar o erro que cometeu, até mesmo orientar que o aluno pinte a parede que ele mesmo pichou, ou consertar algum móvel que ele tenha quebrado na escola. O importante é fazer com que o aluno perceba as consequências de seus atos.
Como Instituição de Ensino podemos observar que não existe fórmula pronta para se educar. Em resumo, o que não se deve deixar de lado na educação é o estabelecimento de limites coerentes e bem dosados, observando o equilíbrio entre a liberdade e a responsabilidade.