Grande parte das crianças já foi provocada alguma vez com brincadeiras feitas pelo irmão ou amigo. Geralmente, esta atitude não é prejudicial quando feita de forma lúdica, amigável e mútua e, ambos os envolvidos acham divertido. Porém, nos últimos anos tem ficado cada vez mais comum ouvir relatos de crianças que tenham sofrido algum tipo de constrangimento no ambiente escolar, com provocações dolorosas, cruéis e constantes, caracterizadas como bullying.
Torturas intencionais sejam elas físicas, verbais ou psicológicas, entre elas estão agressões, empurrões, xingamentos, ameaças, extorsão de dinheiro, zombarias, intimidações e boatos são aspectos do bullying. Com a expansão da internet, esse tipo de agressão tomou proporções digitais, tendo inclusive um termo específico “cyberbullying”, situação em que as mídias sociais ou mensagens eletrônicas são utilizadas para insultar os outros ou fazer ameaças.
Geralmente são alvo destas agressões as crianças mais retraídas ou as que possuem particularidades físicas (magreza, sobrepeso, altura), há ainda questões ligadas a aspectos culturais, étnicos e religiosos.
É importante levar a sério o bullying, pois os efeitos podem ser graves e afetam a segurança e autoestima das crianças, podendo influenciar no desempenho escolar e relações sociais. Às vezes as crianças se sentem culpadas, acreditando que se fossem diferentes ou tivessem agido de outra forma isso não estaria acontecendo.
Orientações aos pais
As crianças, muitas, vezes relutam em contar aos adultos sobre obullying que estão sofrendo porque se sentem constrangidos e envergonhados a respeito do que está acontecendo ou se preocupam com a reação dos seus pais, se ficarão irritados ou decepcionados. Se o seu filho está sendo intimidado, existem maneiras de ajudá-lo a lidar com provocações e diminuir o seu impacto. Quando a criança falar sobre as intimidações ouça com calma e ofereça conforto e apoio.
Elogie seu filho por tomar a atitude correta e contar a você sobre isso. Lembre seu filho que não está sozinho – diversas pessoas passam pelo mesmo problema. Enfatize que o comportamento errado não é o dele. Tranquilize a criança e mencione que vocês vão arranjar uma solução juntos. Posteriormente, converse com alguém da escola (psicóloga, conselheiro ou professor) e deixe a pessoa por dentro da situação. A equipe escolar é essencial para monitorar e tomar medidas que evitem mais problemas.
Orientações aos professores
Sempre que for percebida uma situação de bullying em sala é essencial intervir imediatamente. É preciso saber identificar o limite entre uma piada amigável e uma agressão. Caso um aluno reclame de determinada situação ou denuncie o bullying, a direção da escola deve ser comunicada.
Além disso, é essencial prezar por um ambiente favorável à comunicação entre os colegas, incentivar o respeito e a solidariedade através de trabalhos didáticos, atividades lúdicas e dinâmicas em grupo que propiciem a vivência dos diferentes papeis em um conflito. A estratégia mais eficaz é a reflexão sobre o tema, se colocar no lugar da vítima, e questionar-se “Como eu me sentiria se essa situação acontecesse comigo?”.
Levar os alunos a refletirem sobre o comportamento é uma das alternativas, pois é na escola que o bullying começa e deve terminar. Diálogo é fundamental para evitar qualquer tipo de agressão em sala de aula e fora dela. Não basta apenas punir o agressor, mas conscientizá-lo sobre sua postura. Ouvir relatos e incentivar o combate ao problema é uma maneira de eliminar a situação, além disso, é essencial o envolvimento das famílias.
Um ambiente escolar deve ser baseado no respeito mútuo e acolhedor, capaz de compreender os lados e intervir de maneira lógica e com sensibilidade, a fim de conscientizar a todos sobre os valores éticos e morais e transformar a convivência em algo saudável.